A Expansão da Infraestrutura de Carregamento de Veículos Elétricos Potencializa Oportunidade de R$ 6,8 Bilhões no Brasil
- EnergyChannel Brasil
- há 6 horas
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Em um momento crítico em que a luta contra a emergência climática está em evidência, a eletrificação do transporte pode ser a chave para uma mobilidade mais sustentável no Brasil. Com benefícios significativos como redução de emissões de até 80% em comparação aos veículos movidos a gasolina e redução de 40% em relação aos que utilizam etanol, os veículos elétricos se apresentam como uma alternativa promissora. Contudo, um dos desafios mais obstinados permanece: a infraestrutura de recarga ainda é insuficiente.

Com a previsão de uma frota de 1,4 milhão de veículos elétricos, incluindo híbridos plug-in, até 2030, o Brasil precisará de aproximadamente 580 mil pontos de carregamento — sendo 90 mil para uso público e 490 mil para residências e frotas. Um estudo recente aponta essa expansão como uma oportunidade de investimento no setor de cerca de R$ 6,8 bilhões. Se considerarmos também a demanda de energia necessária para operar esses veículos, o potencial total sobe para impressionantes R$ 13,4 bilhões.
Um Cenário Otimista para o Setor
O mercado de veículos elétricos no Brasil tem apresentado sinais de crescimento animadores. Nos primeiros oito meses deste ano, 6,4% dos licenciamentos foram de veículos elétricos a bateria ou híbridos, evidenciando um aumento superior a 100% em relação ao ano anterior. Apesar da desaceleração percebida em mercados como a União Europeia e os Estados Unidos, a expectativa no Brasil é positiva, com 44% dos consumidores indicando desejo de adquirir um veículo elétrico na próxima troca, segundo pesquisa da McKinsey.
Além disso, os veículos fabricados na China têm se mostrado bem recebidos pelos brasileiros, com 50% dos potenciais compradores dispostos a optar por esses modelos, em contraste com apenas 20% na Europa.
Desafios na Recarregagem
No entanto, a questão da infraestrutura de recarga continua a ser um obstáculo significativo. Uma pesquisa revelou que 38% dos proprietários de veículos elétricos estão considerando retornar aos modelos a combustão, citando a inadequação da atual rede de carregamento como uma das principais razões para essa insatisfação. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 80 mil carregadores, o que é insuficiente para atender às demandas futuras. Para suprir essa lacuna, é essencial que o número de carregadores aumente mais de seis vezes até 2030.
Esse crescimento deve incluir tanto os pontos de recarga para veículos de passeio, que representam 84% da frota, quanto soluções para veículos pesados, que, apesar de representar apenas 16% da frota atual, devem consumir quase 70% da energia necessária para o carregamento em 2030.
Diversificando as Oportunidades de Carregamento
Dentre as possibilidades de infraestrutura, diferentes modelos podem ser explorados:
Recarga Residencial: Embora represente um potencial de mais de R$ 1 bilhão até 2030, este segmento é menos atraente para novos entrantes devido à comoditização dos carregadores de parede, que exige produtos de baixo custo em grande escala.
Recarga em Destinos: Instaladas em estacionamentos de shoppings e mercados, essas recargas têm um mercado de R$ 2 bilhões em oportunidades nos próximos 15 anos. O sucesso nesse cenário depende de robustas estratégias de venda e instalação.
Eletropostos Dedicados: Funcionando como postos de gasolina, estes pontos de recarga para veículos leves e pesados ainda têm um baixo índice de uso e altos custos operacionais, mas podem se expandir à medida que o número de veículos elétricos cresce, com uma perspectiva de mercado de cerca de R$ 1,5 bilhão.
Recarga para Frotas: A migração de empresas para veículos elétricos torna esse segmento particularmente promissor, com oportunidades estimadas em quase R$ 2 bilhões até 2030.
Uma Caminhada Sustentável em Direção ao Futuro
À medida que o Brasil busca alternativas ao uso de combustíveis fósseis, a eletrificação do transporte terrestre se consolida como uma tendência irreversível. No entanto, o sucesso nessa transição depende fortemente da melhoria substancial da infraestrutura de recarga disponível.
As empresas que decidirem investir neste mercado poderão colher frutos significativos no médio e longo prazo, conforme o setor de veículos elétricos continua a evoluir e o apetite dos consumidores por produtos sustentáveis cresce. À medida que novos players entram no mercado, o cenário de oportunidades continua a se desenhar, garantindo que o futuro da mobilidade elétrica no Brasil esteja cada vez mais próximo.
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