Em um cenário promissor para a economia nacional, a adoção de sistemas de armazenamento de energia no Brasil apresenta uma oportunidade significativa de otimização financeira. Estudos apontam que, para cada Gigawatt (GW) de potência de baterias instaladas, o país pode gerar uma economia de até R$ 900 milhões anualmente. Essa redução nos custos é atribuída à melhor gestão e aproveitamento de fontes de energia renováveis, além da diminuição da dependência das termelétricas.
A Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABASE) destaca o enorme potencial do mercado brasileiro, com estimativas de atração de investimentos que superam R$ 44 bilhões até 2030. Dentro dessa projeção, aproximadamente R$ 14 bilhões estão previstos para soluções off-grid em comunidades remotas, notadamente na região amazônica. Ademais, outros R$ 14 bilhões devem ser direcionados a soluções behind-the-meter (BTM), atendendo consumidores que almejam reduzir seus custos e participar de programas de resposta à demanda. Por fim, cerca de R$ 16 bilhões podem ser alocados para soluções in-front-of-the-meter (FTM), com ênfase em leilões públicos de Reserva de Capacidade.
Markus Vlasits, presidente da ABASE, enfatiza a urgência de um marco regulatório que viabilize esses investimentos cruciais: "A instabilidade das regras atuais é um dos maiores obstáculos enfrentados pelo setor. Existem incertezas quanto às tarifas de uso do sistema, regimes de outorga e mecanismos de receita." Vlasits sublinha a necessidade de avançar nas estruturas tarifárias e aumentar a participação do consumidor, através de iniciativas como programas de resposta à demanda, que são fundamentais para explorar plenamente as diversas aplicações do armazenamento energético no Brasil.
Os especialistas do setor elétrico apontam que integrar sistemas de armazenamento é essencial para garantir a estabilidade e eficiência da matriz energética brasileira. A capacidade de armazenar energia gerada por fontes intermitentes, como solar e eólica, propicia um equilíbrio mais eficaz entre oferta e demanda, reduzindo o acionamento de usinas térmicas, que possuem custos operacionais elevados e maior impacto ambiental.
Analistas ressaltam que, além das vantagens econômicas, o crescimento do armazenamento de energia é crucial para a segurança energética do país e para cumprir as metas de sustentabilidade estabelecidas. Com a implementação de políticas bem planejadas e incentivos regulatórios eficazes, o Brasil está posicionado para emergir como um líder na adoção de tecnologias de armazenamento, promovendo um setor elétrico mais resiliente e competitivo.
Armazenamento de Energia: Brasil Pode Economizar Até R$ 900 Milhões Anuais, Revela ABASE
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