A transição energética é mais do que uma necessidade ambiental: é também uma oportunidade econômica. CEOs têm o poder de liderar a neoindustrialização sustentável e reposicionar suas empresas no mercado global.

Por Ansgar Pinkowski
'Há um equívoco persistente que coloca a culpa das mudanças climáticas nos indivíduos.' Mas, como disse recentemente Andrew Forrest, fundador e presidente da Fortescue Metals Group: 'O verdadeiro greenwashing é culpar o indivíduo. Somos nós, grandes emissores industriais, que temos a responsabilidade de salvar o planeta. Exijo que me responsabilizem.'
É assim que inicio essa reflexão: qual é a responsabilidade dos executivos na mudança climática? Além de ser cidadãos como todos nós, eles lideram empresas, definem estratégias de negócios e são responsáveis por empregos e o capital investido nas empresas. — ou seja, têm o poder de transformar economias inteiras.
A descarbonização não é apenas um imperativo ambiental que ameaça os modelos de negócios válidos até agora; é muito mais uma oportunidade econômica, especialmente no Brasil, onde a transição para indústrias limpas está abrindo portas para novos mercados e redefinindo o conceito de competitividade global. E por isso afirmo, o momento de posicionar suas empresas como líderes desta nova industrialização sustentável é agora!
Seja apostando no hidrogênio verde ou substituindo insumos fósseis por alternativas renováveis, o futuro da indústria está sendo moldado hoje. Cabe aos líderes empresariais definirem a velocidade e a direção dessa transformação.
Existem duas formas de lidar com as transformações que estão por vir: reativa ou progressiva. E a história coleciona muitos exemplos, como a Kodak e a Nokia que mostraram, ao liderar as mudanças tecnológicas de forma reativa, defendendo o modelo de negócio atual e sem a adaptabilidade necessária, que é possível levar gigantes à extinção.
Mas a boa notícia é que descarbonizar já é economicamente viável. Países e indústrias que adotam práticas sustentáveis estão ganhando acesso preferencial a mercados globais, atraindo investimentos e conquistando consumidores cada vez mais conscientes.
E a mudança não virá sozinha. Ela exige liderança e visão. CEOs que desejam manter o poder precisam se questionar: 'Como posso remodelar os negócios para nos tornarmos parte da solução sustentável?' E por isso pergunto, como você está preparando sua empresa para liderar a transição energética e capturar as oportunidades da neoindustrialização?
No Brasil, o hidrogênio verde, os biocombustíveis avançados e a eletrificação industrial representam áreas com potencial imenso para alavancar essa transição. Este é o momento de repensar processos, investir em inovação e, acima de tudo, preparar-se para um mercado onde carbono neutro será o novo padrão.
O artigo "Cinco macrotendências que estão tirando o sono dos CEOs", publicado em 2022 pelo Brazil Journal, afirma que a transição energética representa uma oportunidade única para empresas brasileiras se posicionarem nas cadeias de suprimentos globais, estimulando o crescimento industrial de forma sustentável.
A minha impressão é que muitas empresas se deixam levar por notícias com vieses onde a transição energética significa um risco porque “aumenta” o custo do produto. Porém, olhando com um pouco mais detalhes na composição dos custos, pode-se chegar a conclusão que o insumo fóssil usado na produção tem um impacto muito pequeno no valor total do produto. Fazer a mudança para insumos com menor teor de carbono, mesmo sendo inicialmente mais caro, não significa necessariamente um aumento do custo total final, mas o ganho no marketing, no bem-estar e na sustentabilidade da empresa é muito maior.
Ser CEO na era da transição energética é mais do que dirigir um negócio. É ter a coragem de assumir responsabilidade e liderar uma mudança estrutural que redefine o papel da indústria na sociedade. Empresas são as grandes protagonistas da descarbonização. Elas detêm os recursos, a tecnologia e a influência para reduzir emissões em escala. Enquanto as ações individuais são importantes, é nas decisões corporativas que o impacto climático é multiplicado.
CEOs têm o poder (e a obrigação) de liderar a nova era da indústria sustentável
Ótimo Artigo Ansgar parabéns m, e também quero lhe desejar sucesso no seu programa no Energy Channel
Concordo 100% com o Artigo
Ótimo post Ansgar
Parabéns Ansgar