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Maria Allegra

Comissão está enfrentando pressão para acompanhar os consultores científicos na meta climática estabelecida para 2040

Aproximando-se de um prazo de menos de duas semanas para a apresentação de uma nova meta potencialmente disruptiva de redução de gases de efeito estufa pela Comissão Europeia, uma coalizão composta por líderes empresariais, governos locais e ativistas ambientais instou a União Europeia a acatar os conselhos de seus próprios especialistas científicos.




“É essencial mostrar antes das eleições para o Parlamento Europeu que a transição para a neutralidade climática de forma socialmente justa é fundamental para garantir resiliência, paz e estabilidade política a longo prazo”, diz a carta, coordenada pelo grupo de ONG Climate Action Network Europe.


"A rápida eliminação de todos os combustíveis fósseis e o investimento na transformação da maneira como produzimos e consumimos irão estimular a inovação em direção a uma indústria limpa, circular e competitiva que pode oferecer trabalho seguro e digno, aumentando a ambição dos padrões globais", continua, destacando que uma "visão sólida" para a ação climática até 2040 "forneceria o quadro necessário para empresas e mercados financeiros mobilizarem os investimentos necessários".


O Corporate Leaders Group Europe, que conta com empresas como Amazon, IKEA e Iberdrola, está unido no apelo por uma meta climática robusta para 2040 que possa impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono. Ursula Woodburn, diretora do grupo, destacou a importância de definir metas de longo prazo que incentivem as empresas a descarbonizar de forma benéfica para a economia e a sociedade.


A Rede de Ação Climática na Europa, representada por sua diretora Chiara Martinelli, valorizou a diversidade, tamanho e experiência coletiva dos membros dessa coalizão, que defende metas cientificamente embasadas.


Enquanto isso, em Bruxelas, um rascunho de avaliação de impacto circulava, indicando que a Comissão Europeia descartou metas abaixo de 75% para 2040, considerando-as retrocessos. Por outro lado, valores acima de 95% foram considerados inviáveis. A Comissão modelou três cenários possíveis: redução de emissões até 80%, entre 85-90% e 90-95%. O cenário mais ambicioso exigiria um aumento na proporção de energias renováveis no mix energético da UE para 73% até 2040, além de uma queda de 34% no consumo global de energia em relação a 2015 e uma redução de aproximadamente 70% no uso de combustíveis fósseis em relação aos níveis atuais, equivalente a 311 milhões de toneladas de petróleo.


A Comissão Europeia está cada vez mais enfatizando a importância do uso da tecnologia de captura de carbono para atingir suas metas climáticas. O projeto de avaliação de impacto também destaca a necessidade de expandir a capacidade de captura de carbono na próxima década, com a expectativa de capturar regularmente 222 milhões de toneladas de CO2 em instalações industriais e usinas de energia, com grande parte sendo armazenada permanentemente no subsolo. Atualmente, a UE possui uma capacidade limitada para isso, mas a proposta da Lei da Indústria Net Zero sugere que empresas de petróleo e gás possam fornecer 50 TM de capacidade de injeção até 2030, fornecendo maior suporte à tecnologia de captura de carbono

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