Por Daniel Lima – ECOnomista
Nos últimos 60 dias (01/09 - 01/11), o Sistema Interligado Nacional (SIN) perdeu 27% da capacidade de armazenamento de energia nos reservatórios. A capacidade de armazenamento agora atingiu um nível crítico de apenas 22% do total, ou seja, quase cinco vezes menos que a capacidade plena.
Em meio a essa crise hídrica alarmante, o Ministério de Minas e Energia publicou uma portaria que flexibiliza a ativação de usinas termelétricas em condição diferenciada. Conforme a portaria, será considerada uma "condição diferenciada" a operação das usinas termoelétricas com parâmetros distintos das condições técnicas declaradas pelos agentes para os processos de otimização energética e de formação de preço de energia elétrica, reguladas e fiscalizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em outras palavras, a situação saiu de controle.
Enquanto a medida de reativação do horário de verão, que poderia ter permitido a utilização da geração solar justamente no horário de maior demanda de energia e onde os preços são mais altos, foi descartada. Fica claro que o governo optou pela geração de energia fóssil, ignorando as fontes limpas.
Esse é um contrassenso gritante, especialmente às vésperas da COP 30. Além disso, representa um peso adicional no bolso do consumidor, que pagará mais caro pelo aumento do uso da geração térmica.
Em Plena Crise Hídrica, Governo Aposta no Uso de Termelétricas
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