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ENERGY ADVISOR: O Trabalho e o Desafio Político

Impacto da Automação, por Joao Pedro Neves - 공동 Partner na RZK Energia

ENERGY ADVISOR: O Trabalho e o Desafio Político
ENERGY ADVISOR: O Trabalho e o Desafio Político

Não temos ideia de como será o mercado de trabalho em 2050. Sabemos que o aprendizado de máquina e a robótica vão mudar quase todas as modalidades de trabalho. Alguns acreditam que dentro de uma ou duas décadas bilhões de pessoas serão economicamente redundantes. Outros sustentam que mesmo no longo prazo a automação continuará a gerar novos empregos e maior prosperidade para todos. Os temores de que a automação causará desemprego massivo remontam ao século XIX e até agora nunca se materializaram. Desde o início da revolução industrial, para cada emprego perdido para uma máquina, pelo menos um novo emprego foi criado e o padrão de vida aumentou consideravelmente.


Como os humanos são seres individuais, é difícil conectá-los uns aos outros e garantir que todos estejam atualizados. Em contraste, computadores não são indivíduos e é fácil integrá-los numa rede flexível. Portanto, estamos diante não da substituição de milhões de trabalhadores individuais por milhões de robôs e computadores individuais, mas provavelmente da substituição de humanos individuais por uma rede integrada. Em vez de comparar as habilidades de um único motorista humano com as de um único carro autônomo ou as de um médico humano com as de um único médico de IA, deveríamos comparar as habilidades de uma coleção de indivíduos humanos com as habilidades de uma rede integrada.


Os benefícios para a sociedade humana provavelmente serão imensos. A IA em medicina poderia prover serviços de saúde muito melhores e mais baratos a bilhões de pessoas, especialmente as que hoje não têm acesso algum a esses serviços. Graças a algoritmos de aprendizagem e sensores biométricos, um aldeão pobre num país subdesenvolvido poderia usufruir de uma assistência médica muito melhor usando seu smartphone do que a pessoa mais rica do mundo obtém hoje em dia no mais avançado dos hospitais urbanos.

Ao menos no curto prazo, a IA e a robótica provavelmente não eliminarão por completo setores inteiros da economia. Trabalhos que requeiram especialização numa faixa estreita de atividades padronizadas serão automatizados. Porém, será muito mais difícil substituir humanos por máquinas em tarefas menos padronizadas que exijam o uso simultâneo de uma ampla variedade de habilidades e que envolvam lidar com cenários imprevisíveis. Assim como a atividade de cuidar das pessoas, a criatividade também coloca obstáculos especialmente difíceis para a automação. Não precisamos mais de humanos que nos vendam músicas – podemos baixá-las no Spotify, por exemplo – mas compositores, instrumentistas, cantores e DJs ainda são de carne e osso.


Importância da Educação

A educação e a atualização do conhecimento são fundamentais para que se possa manter níveis de entrega adequados. Vivemos em um momento de muitas oportunidades no setor de energia, especialmente no elétrico. Precisamos ter consciência de que não será sempre assim, e a credibilidade será fundamental. A evolução da educação e da tecnologia é mandatória; a IA será um divisor de águas muito grande.


Entretanto, as IAs são algoritmos que, por enquanto, necessitam de pessoas para programá-los. Além disso, outros importantes conhecimentos devem ser adicionados ao nosso repertório para aproveitarmos o tempo adicional que a IA proporcionará e assim traduzir isso em ganhos efetivos de produtividade. Esse é um dos grandes desafios.


Desafios Regulatórios

O arcabouço regulatório vai ter que evoluir para não atrapalhar e mais uma vez ficarmos à margem dos avanços que acontecem ao redor do mundo. O Brasil tem uma grande oportunidade de capitanear a discussão da transição energética por vários aspectos, incluindo a grande benção que Deus aqui colocou, que é a nossa natureza, a qual tivemos a sabedoria de conservar ao contrário de outras nações.

Precisamos de um paradigma global de emissão de carbono e uma efetiva medida da destruição causada pela nossa existência para que possamos precificar isso. Essa deve ser a abordagem sob o ponto de vista global. E precisamos de uma abertura do mercado de energia de forma tal que todos possam tirar benefício das suas evoluções e para que possamos servir de exemplo para o mundo com nossos profissionais, modelos de negócio e empresas. O modelo da GD foi um caso bem-sucedido; agora precisamos levar o restante na mesma direção.


Fortalecimento das Comunidades

As eleições americanas de 2016 chegaram como um choque violento ao Vale do Silício. Após três meses de exame de consciência, em 16 de fevereiro de 2017, Mark Zuckerberg publicou um audacioso manifesto sobre a necessidade de construir uma comunidade global e sobre o papel da Meta (antes Facebook) nesse projeto. Num discurso que pronunciou em seguida na inauguração da cúpula das comunidades, Zuckerberg explicou que as convulsões políticas de nossa época resultam em grande medida da desintegração das comunidades humanas. Lamentou o fato de que 'durante décadas a participação em todo tipo de grupos tinha diminuído em uma quarta parte. Há muitas pessoas que agora precisam encontrar propósito e apoio em outro lugar.


Infelizmente, nos dois séculos passados, as comunidades íntimas se desintegraram. A tentativa de substituir grupos pequenos de pessoas que efetivamente se conhecem pelas comunidades imaginárias das nações e dos partidos políticos nunca poderia ter sucesso total. Seus milhões de irmãos da família nacional e seus milhões de companheiros de partido não são capazes de lhe dar a cálida intimidade que lhe dão um único irmão de verdade ou um amigo. Consequentemente, as pessoas vivem vidas cada vez mais solitárias num planeta cada vez mais conectado. Muitas das rupturas sociais e políticas de nossa época podem ser atribuídas a esse mal-estar. Uma comunidade pode começar como um agrupamento online, mas para poder realmente florescer, terá de deitar raízes no mundo offline também. Comunidades físicas têm uma profundidade que comunidades virtuais não são capazes de atingir, ao menos não no futuro próximo.



no futuro próximo
no futuro próximo


Conclusão

Estamos vendo que o avanço dos Energy Advisors é impressionante. Estamos andando o Brasil todo e vemos diversos casos bem-sucedidos que sentimos a obrigação de contar para que todos saibam que é possível. São diversas culturas com suas características locais, mas com seres humanos extraordinários buscando uma atuação global e em busca de mais conhecimento para aumentar ainda mais o poder empreendedor que cada um tem. Por isso, entendemos que vamos precisar adicionar aos nossos encontros periódicos mensais e virtuais algum encontro presencial para que essa troca seja ainda melhor. Aguardem, anunciaremos em breve.


A nova profissão do mercado de energia está aí e já é uma realidade!

João Pedro Correia Neves é graduado em Administração de Empresas e MBA na FIA-USP, fez especialização em diversos países como Itália, Estados Unidos (Chicago e São Francisco) e China (onde integrou o grupo de estudo Brasil – China da FIA-USP). Atua no setor elétrico desde 2003 nos segmentos de distribuição, geração, comercialização e gestão de energia, além de ter atuado no setor de telecomunicações. Atuou nos primeiros leilões de energia regulado e na migração do mercado livre para o modelo que existe hoje no pós-apagão. Além disso teve participação na consolidação da operação da Net-Claro-Embratel, nas Olimpiadas 2016, e dentre outras grandes projetos criou o projeto “A Energia da Claro Brasil”. Trabalhou na Duke Energy Corporation, AES (Eletropaulo, Tiete,  Uruguaiana, Brasiliana e AES Sul) e na Claro Brasil. Hoje é sócio e conselheiro da RZK Energia , sócio e fundador da Sol by RZK – Internet of People, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída 🇧🇷 e do INEL - Instituto Nacional de Energia Limpa.



Ilustração, cidades Carbono Zero
Ilustração, cidades Carbono Zero


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