Entendendo os Subsídios da Geração Distribuída (GD)
- Daniel Lima
- há 8 horas
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Por Daniel Lima – ECOnomista
Os subsídios da GD têm gerado intensos debates no setor energético brasileiro. A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) considera como subsídios os descontos tarifários, as políticas de governo e o impacto da GD nas tarifas dos consumidores. Este artigo busca analisar e explicar os cálculos dos subsídios associados à GD, considerando os fatores cruciais envolvidos.

Como são calculados os subsídios da GD?
De acordo com a ANEEL, o montante de subsídios da GD envolve dois tipos principais:
GD Implícita: Parte do benefício tarifário da energia compensada no Sistema de Compensação de Energia (SCE) é internalizado como um subsídio cruzado entre os consumidores. Isso ocorre por meio da redistribuição dos custos associados à energia compensada, que impacta a tarifa da distribuidora local ou reduz sua receita.
CDE_GD: A energia compensada dos novos sistemas instalados após 7 de janeiro de 2023 considera uma transição tarifária, com parte da tarifa sendo custeada pelo fundo setorial da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cobrado de todos os consumidores.
Impactos práticos
Os relatórios anuais de uma determinada distribuidora indicam que toda a energia injetada pela GD na rede é considerada como custo de aquisição de energia, a preços aproximados da tarifa vigente. Por exemplo, entre 2019 e 2023, foram registrados R$ 6,4 bilhões nesse custo, quase igualando o lucro líquido da empresa no mesmo período, que foi de R$ 6,6 bilhões (tabela abaixo).
Alguns pontos críticos surgem neste contexto:
A distribuidora, ao tratar a energia injetada pela GD como custo de aquisição, reduz seu lucro líquido?
Isso afeta o pagamento de impostos no Lucro Real?
Diminui também a divisão de dividendos e a capacidade de investimento?
A energia injetada pela GD não deveria ser considerada a custo zero para a distribuidora?
Impacto para o consumidor
Os consumidores que não aderem à GD sofrem impactos tarifários, devido ao subsídio cruzado e à CDE. Por outro lado, a adesão à GD pode ser uma solução para reduzir custos com energia e aumentar o bem-estar familiar, mas a aplicação ainda enfrenta desafios de regulamentação e infraestrutura, como o caso do “fluxo reverso de energia”.
Algumas reflexões sobre a GD:
1. Reduz a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo para a descarbonização do setor elétrico.
2. Minimiza as perdas de energia em transmissão e distribuição, aumentando a eficiência do sistema elétrico.
3. Incentiva o consumidor a adotar um papel mais ativo na gestão de sua energia, aumentando a eficiência energética.
4. O setor impulsiona a economia local, com a criação de empregos diretos e indiretos em instalação e manutenção.
5. Ao atender parte da demanda energética localmente, a GD contribui para retardar a necessidade de investimentos em grandes usinas de geração e expansões de redes de transmissão, reduzindo custos para o sistema como um todo.
Entendendo os Subsídios da Geração Distribuída (GD)