A Itaipu, uma das maiores usinas hidrelétricas do Brasil, acaba de inaugurar um novo data center, uma estrutura de ponta, com quase 2 mil metros quadrados de área construída, capacidade inicial de 96kW e certificação Tier 3, um atributo de poucos centros de dados no Brasil.
A obra está na reta final e a estimativa é que possa operar no primeiro semestre de 2024.
Procurada pelo Baguete, a usina preferiu não abrir quem são os fornecedores dos equipamentos, ou o custo total do projeto, se limitando a compartilhar um material distribuído internamente para os funcionários sobre a obra.
Cavocando um pouco na Internet, no entanto, é possível formar um quadro do tamanho do empreendimento.
Os sites de duas empresas de engenharia contratadas, por exemplo, revelam as características técnicas da obra, como o tamanho e o consumo de energia, atributos chave para entender o tamanho de um data center (uma delas tem inclusive um vídeo, disponível no final da matéria).
No caso do data center de Itaipu, a capacidade inicial fica em 96 kW, podendo chegar até 288 kW com ampliações futuras (a estimativa é que o novo centro atenda às necessidades dos próximos 30 anos).
É pouco na comparação com os grandes centros de dados em construção no país (a V.Tal está construindo em Fortaleza um data center de 4 MW, ou 4 mil KW), mas bastante tendo em conta que a estrutura da Itaipu visa atender somente a própria empresa.
Também é chamativa a certificação Tier 3, um padrão de ponta para data centers, que tem entre suas principais características a exigência de redundância em todos os componentes críticos da infraestrutura, incluindo energia, resfriamento, conectividade de rede e sistemas de segurança.
Hoje, algumas dezenas de data centers já tem o selo Tier 3 ou foram construídos de acordo com as normas do Uptime Institute, criador do modelo, mas a grande maioria fica no eixo Rio - São Paulo e é de propriedade de empresas que locam o espaço para terceiros, como os grandes players de computação em nuvem.
O novo data center conta com escritórios e tem um design ecologicamente correto, com iluminação natural, iluminação artificial automatizada e sistema de ar-condicionado de conforto voltados para eficiência energética, com reuso de água pluvial e planta de geração fotovoltaica.
Uma característica interessante é que o data center brasileiro seguirá operando em sincronia com o paraguaio, inaugurado em 2020 (os dois países dividem a administração de Itaipu, construída na fronteira).
A matéria interna de Itaipu enviada pela usina ao Baguete fala que o novo centro abrigará os servidores que armazenam todas as informações da empresa, como os dados de RH e financeiros. Atualmente, eles ficam no prédio da central telefônica.
Além dos servidores, também ficaram no local a infraestrutura de servidores e os equipamentos técnicos, como central de redes, sistema de detecção e combate a incêndios, sistemas de climatização de precisão.
Um release divulgado pela L8, uma integradora de tecnologia que forneceu o cabeamento do local, revela que a solução imVision da CommScope será usada para fazer o monitoramento de mais de 9 mil portas lógicas.
No total, serão utilizados 69 mil metros de cabos metálicos Cat.6A LSZH, 54 mil metros de fibras ópticas multimodo OM5 e 28 mil metros de fibras ópticas monomodo OS2, revela a L8, que já havia sido fornecedora de tecnologias de controle de acesso para a usina.
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