O Futuro do Armazenamento de Energia por Baterias (AEB)
- Daniel Lima
- 10 de mar.
- 2 min de leitura
Por Daniel Lima - ECOnomista
O mercado global de armazenamento de energia na rede elétrica está em rápida expansão. Em 2020, estimou-se que a capacidade anual de armazenamento variava entre 9,5 e 11,4 GWh, mas as projeções para 2030 apontam para números impressionantes, ultrapassando 90 GWh e, possivelmente, atingindo 120 GWh. Isso equivale a taxas de crescimento anual acima de 20%.
Abaixo, a expansão de AEB no mundo

Essas estimativas, no entanto, estão em constante evolução. A queda nos custos de baterias e geradores renováveis ligados à rede tem acelerado as previsões, enquanto o mercado consolida as baterias de íons de lítio como tecnologia dominante.
As matérias-primas essenciais para baterias de íons de lítio incluem cobalto, ferro, níquel, manganês, lítio e grafite. A China lidera na produção de grafite natural (82%), enquanto o Congo domina a extração de cobalto (70%). A Austrália responde por mais de 50% da produção global de lítio.
Além disso, a China controla cerca de 80% da capacidade global de fabricação de células de baterias de íons de lítio, exercendo influência em toda a cadeia de suprimentos.
A expansão do mercado traz enormes oportunidades econômicas e de sustentabilidade. Estima-se que investimentos em uma cadeia de suprimentos doméstica possam gerar um aumento significativo no PIB e criar milhares de empregos qualificados.
Por exemplo, US$ 700 milhões investidos nos próximos cinco anos para uma capacidade de armazenamento de 5 GWh podem resultar em um aumento anual do PIB de US$ 350 milhões e na criação de 7 mil empregos.
O mercado global de AEB está se moldando como um pilar da transição energética. A inovação contínua e o compromisso com a sustentabilidade serão essenciais para aproveitar todo o potencial desta revolução.
O mercado de AEB no Brasil encontra-se em estágio inicial de desenvolvimento. Atualmente, o país ainda está na fase de avaliação dos benefícios e desafios dessa tecnologia, que já é amplamente empregada em outras regiões do mundo.
O principal foco está na criação de uma estrutura regulatória que permita o desenvolvimento do setor de forma sustentável e organizada. Essa etapa é fundamental para garantir que o crescimento ocorra de maneira eficiente, considerando as especificidades do SIN.
A implementação de AEB em larga escala apresenta um potencial significativo para o Brasil. Entre os benefícios estão:
- O armazenamento pode complementar a matriz energética, reduzindo a necessidade de acionamento de usinas a combustíveis fósseis.
- Ao equilibrar a oferta e a demanda de energia, o armazenamento pode reduzir a pressão sobre os reservatórios, aumentando a resiliência do sistema.
- Tecnologias de armazenamento são cruciais para acomodar a variabilidade de fontes como solar e eólica, promovendo uma geração mais estável.
E o que é melhor, o setor crescerá com investimentos inteiramente privados e sem a necessidade de subsídios.
O Futuro do Armazenamento de Energia por Baterias (AEB)
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