por Camila Mattana B.

A cada momento, passam a existir inúmeros problemas ambientais a nossa volta, oriundos, principalmente da necessidade humana, em atender a suas ofertas e demandas, do modelo econômico capitalista, disputando assim os bens da natureza. Porém, essas ações chocam-se contra os direitos e deveres do ecossistema como um todo, comprometendo o futuro das novas gerações.
Quando passamos a ter autonomia para comprar os bens de consumo, é possível começar os diversos questionamentos sobre o porquê eu compraria da marca X e não da marca Y, e mesmo parecendo decisões simples, uma vez em massa, são capazes de influenciar o fluxo de capital nas principais bolsas de valores.
Não é necessário um grande esforço para entender os benefícios de imagem e posicionamento das empresas ao incorporar uma pauta ESG estruturada, mas vamos provocar uma reflexão um pouco mais profunda sobre as oportunidades para os novos modelos de negócio.
Nós temos hoje na mão, um grande instrumento de pesquisa e desenvolvimento e que praticamente poucas empresas utilizam: uma ferramenta denominada pela sigla” ACV” – Avaliação do Ciclo de Vida ou Análise do Ciclo de Vida, que considera o ciclo de um produto que vai do seu berço até o seu túmulo, ou, de uma nova versão, do berço ao berço. É uma técnica que estuda os aspectos ambientais e os impactos potenciais (positivos e negativos) ao longo da vida de um produto ou serviço, desde a extração da matéria-prima até a destinação final.
Ela pode ser aplicada com diversas finalidades. Isso porque a maneira como os produtos são projetados e fabricados atualmente causam impacto direto no setor da reciclagem. De uma forma bem resumida e simples, carcaças de equipamentos eletrônicos, constituído por algum tipo de plástico nobre, são impossibilitados de serem reciclados, por conter adesivos e quantidade de colas em seus design, tornando-os impossíveis, de serem reciclados, entre muitos outros exemplos de grande escalas, que inviabilizam o reparo ou o seu reuso, para promover sempre a comercialização de novos e o descarte final dos mesmo, assim como a própria obsolescência programada.
Eu penso, que um problema de base para o mercado da reciclagem, por exemplo, ainda é um problema que vem do berço. As empresas querem falar de ESG, e de como se tornar mais ecologicamente sustentável, mas nem se quer discutem os modelos e designs de seus protótipos pensando em um reuso ou na reciclagem eficiente. Como educar e incentivar assim? E falando de processo produtivo e de resíduos, quero pontuar aqui ao menos uma pauta importantíssima e que quase não é discutida, comenta Camila Mattana.
O termo ESG, onde, empresas de diversos setores, estão enfrentando pressão de investidores, clientes, colaboradores e outras partes interessadas para que melhorem seu desempenho, e ninguém olha para isso. Defendem a criação de mecanismos que permitam fortalecer o processo de coleta e reaproveitamento de materiais, mas não pensam em converter benefícios que sejam positivos para toda a cadeia.
Mas sabemos que as medidas atuais são insuficientes há muito tempo. Temos mais de 15 anos da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, e muitos setores ainda não possuem sequer uma regulamentação básica e clara com metas de reciclagem. Não existe uma única solução, é preciso integrar todas as responsabilidades, e não apenas pensar na responsabilidade de forma compartilhada, como cita a PNRS, onde ambas as partes não se manisfestam por não enxergar as oportunidades desta grande pauta.
Escrito por:
Camila Mattana Bugarim – Consultora Ambiental | Líder em Sustentabilidade | ESG | Engajamento | Comunicação Ambiental | Produtora de conteúdos |
O papel do ESG no ciclo de vida e na reciclagem dos produtos
Excelente :)