Por Daniel Lima – ECOnomista
Recentemente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação divulgou o relatório Mudança do Clima no Brasil, revelando dados alarmantes sobre o clima no Nordeste. Anomalias positivas de temperatura máxima chegaram a 3°C em algumas áreas, enquanto a precipitação caiu entre 10% e 40%. As consequências são devastadoras, dias consecutivos secos ultrapassam 100 dias, e 94% da região semiárida está em risco de desertificação.
Estados como Alagoas (32,8% da área total), Paraíba (27,7%), Rio Grande do Norte (27,6%), Pernambuco (20,8%) e Bahia (16,3%) estão entre os mais afetados. As projeções apontam para uma redução de 40% a 80% na disponibilidade hídrica até 2040, impactando o abastecimento de água, a geração de energia hidroelétrica e a agricultura de subsistência.
A crise climática ameaça a economia do Nordeste, com perdas significativas no PIB agrícola. Terras, antes férteis, agora são improdutivas, resultando em perdas na produção de feijão, mandioca e milho. Em Pernambuco, já houve perdas de safra de milho e feijão de até 99%, enquanto no Rio Grande do Norte, as perdas variaram entre 72,6% e 92,9%.
O Semiárido Brasileiro, que ocupa 15,5% do território nacional e 70,3% da região Nordeste, é lar de 31 milhões de habitantes. A maioria dos municípios tem um IDH inferior a 0,65. A diminuição da recarga dos lençóis freáticos em mais de 70% e as catástrofes climáticas ameaçam a segurança alimentar e o acesso à água potável.
Diante desse quadro, é urgente adotar modelos de desenvolvimento mais resilientes às mudanças climáticas, especialmente para a agricultura familiar que corresponde a cerca de 77% dos estabelecimentos agropecuários do país, com aproximadamente 3.9 milhões de propriedades, sendo metade delas no Nordeste.
Um exemplo claro do que pode ser feito de imediato é garantir que o Plano Safra da Agricultura Familiar financie modelos e práticas sustentáveis como, por exemplo, a utilização da energia solar como atividade produtiva da propriedade. Isso implica um esforço coordenado para transformar a agropecuária familiar em um setor mais resiliente e mais adaptado aos efeitos extremos.
Universalizar o acesso à energia e tecnologias limpas, especialmente para as populações mais vulneráveis, é essencial.
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O Semiárido Brasileiro à Beira da Inabitabilidade
Parabéns Daniel, ótimo artigo
Sempre muito bom os conteúdos do Daniel, parabéns meu amigo