O Sistema Interligado Nacional (SIN) Precisa Urgentemente de Stents
- Daniel Lima
- há 9 horas
- 2 min de leitura
Por Daniel Lima - ECOnomista
O stent, um tubo expansível utilizado para desobstruir canais sanguíneos estreitados, é uma metáfora poderosa para ilustrar a situação crítica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Assim como um vaso sanguíneo obstruído, o SIN enfrenta gargalos severos que ameaçam sua funcionalidade. Nesse contexto, é urgente a implantação de novas linhas de transmissão para aliviar os "entupimentos" no sistema.

A rápida expansão das fontes renováveis de geração de energia, como eólica e solar — que possuem prazos de implantação curtos em comparação com outras fontes — revelou um descompasso entre o planejamento da geração e da transmissão. Esse desalinhamento compromete a eficiência e a estabilidade do SIN.
Com o aumento da demanda por energia elétrica no Brasil, a infraestrutura de transmissão tornou-se um dos maiores desafios do Setor Elétrico Brasileiro (SEB). De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a construção de 1.260 km de novas linhas de transmissão e a instalação de subestações serão cruciais para atender à crescente demanda e dar suporte aos cerca de 180 mil quilômetros já existentes. Esse esforço será viabilizado por um aporte de R$ 7,6 bilhões no Plano Operacional de Médio Prazo (2025-2029).
No entanto, esses esforços são apenas parte da solução. A integração das fontes renováveis revelou a necessidade de estratégias operacionais, como o corte de geração — também conhecido como "curtailment" ou "constrained-off". Essas medidas são essenciais para manter a estabilidade em frequência e evitar desequilíbrios nos parâmetros do sistema elétrico.
Os gargalos de transmissão ocorrem especialmente em subregiões onde a capacidade das linhas é superada pela geração, levando ao chamado fluxo reverso de potência. Esse fenômeno, que pode ser exacerbado pela predominância de geração assíncrona, sobrecarrega os transformadores de distribuição e prejudica a confiabilidade do sistema. A ausência de um mecanismo natural de compensação, como a inércia rotacional de sistemas síncronos, agrava ainda mais o cenário.
Essa situação reflete um dos maiores desafios da transição energética: equilibrar a crescente penetração das renováveis com a necessidade de modernizar e expandir a infraestrutura de transmissão. Embora as energias renováveis representem uma solução sustentável a longo prazo, é essencial reconhecer que a transição energética exige investimentos robustos e estratégias de planejamento integradas.
O SIN precisa urgentemente de "stents" na forma de novas linhas de transmissão e soluções inovadoras para garantir um fluxo energético estável, eficiente e sustentável.
O Sistema Interligado Nacional (SIN) Precisa Urgentemente de Stents
🙌